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Segunda-feira, Junho 5, 2023

Como seriam os egípcios antigos com reconstrução facial 3D

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Dois cientistas brasileiros usaram imagens digitais para reconstruir o rosto de um egípcio de 30.000 a 35.000 anos.

O arqueólogo Moacir Elias Santos e o designer 3D Cícero Moraes usaram os restos descobertos em 1980 num posto arqueológico chamado Nazlet Khater 2. O homem primitivo de origem africana descoberto deveria ter entre 17 e 29 anos quando morreu e media cerca de 1,65 metros. Os pesquisadores usaram dezenas de imagens dos restos do esqueleto, que está no Museu Egípcio do Cairo.
“O esqueleto tem a maior parte dos ossos preservados, embora tenha havido algumas perdas, como as costelas, as mãos, a parte inferior da tíbia direita e parte da tíbia esquerda, além das pernas”, disse Moacir Elias Santos, um arqueólogo, explicou à Live Science no Museu Arqueológico Ciro Flamarion Cardoso. “Mas a estrutura principal da face, o crânio, estava bem preservada.”

As primeiras tentativas de datar o esqueleto no início dos anos 80 tiveram pouco sucesso, em parte devido à tecnologia básica de datação por carbono disponível na época. A idade dos restos mortais foi calculada na época graças a um machado de pedra descoberto perto do corpo.

Para criar a imagem, foram usadas várias fotografias tiradas do esqueleto num processo chamado fotogrametria 3D, que permitiu a criação de dois modelos do rosto. A primeira, em preto e branco, de olhos fechados e sem cabelo ou barba, é uma imagem mais objetiva de como seria um egípcio antigo. A segunda pintura, acrescentada com mais liberdade artística, retrata um egípcio de barba e cabelos pretos e pele morena.

“Normalmente as pessoas acham que a aproximação facial funciona como nos filmes de Hollywood, onde o resultado é 100% igual ao de uma pessoa na vida real”, disse Cícero Moraes. “Na verdade, não é bem assim que funciona. O que fazemos é aproximar a aparência do rosto de uma pessoa usando as estatísticas disponíveis, e o resultado é uma estrutura muito simples. Porém, ao trabalhar com figuras históricas, é sempre importante humanizar o rosto da pessoa, pois ao adicionar pelos e cores à estrutura, a identificação com o público será maior e despertará mais interesse”.

O arqueólogo e designer 3D espera que seu trabalho complemente o trabalho de outros arqueólogos em relação à evolução humana. O estudo foi publicado na revista brasileira OrtogOnline.

Em fevereiro, uma construção 3D de uma mulher ancestral também foi feita com base em restos descobertos em 2015 em uma tumba de 2.000 anos em Hegra, na Arábia Saudita.

https://www.livescience.com/see-the-oldest-human-ever-found-in-egypt-in-stunning-new-facial-approximation